domingo, 17 de fevereiro de 2013

Silogismo do Amor

   - Se você me diz que um casal só é casal quando é amigo, e me diz que do sexo todos conseguem dar conta, eu gostaria de indagar por que caralhas trata o amor como mistério e escreve poemas bobos e idiotas para ele, quando o mesmo não passa de uma azeotrópica mistura, ou uma bucéfala soma de amizade com putaria?
   - A dedução é sempre um perigo, meu amigo. De qualquer forma, a resposta consiste no conflito que causa, que é, e que gera o amor.
   - Seja mais preciso.
   - Simples. O conflito ao qual me refiro é o paradoxo. Veja você, o que te motivou a, do nada, fazer aquela primeira indagação?
   - Um...
   - Pode falar amor. Um amor.
   - Uma mistura azeotrópica de amizade com beijos, digamos.
   - Então um amor te motivou a falar mal do amor?
   - Ao que parece...
   - Isso me parece paradoxal.
   - De fato.
   - O que te deixa com apenas uma possível dedução,
   - Você disse que a dedução é sempre um perigo.
   - O amor é um perigo, é uma incerteza, é um paradoxo. Vá em frente.

   Então, Contristati, o arrependido, olhou para o horizonte, reparou em como dois pontos paralelos pareciam se encontrar no infinito e deduziu:
   - Eu te amo, Paradoxo.

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