- Se você me diz que um casal só é casal quando é amigo, e me diz que do sexo todos conseguem dar conta, eu gostaria de indagar por que caralhas trata o amor como mistério e escreve poemas bobos e idiotas para ele, quando o mesmo não passa de uma azeotrópica mistura, ou uma bucéfala soma de amizade com putaria?
- A dedução é sempre um perigo, meu amigo. De qualquer forma, a resposta consiste no conflito que causa, que é, e que gera o amor.
- Seja mais preciso.
- Simples. O conflito ao qual me refiro é o paradoxo. Veja você, o que te motivou a, do nada, fazer aquela primeira indagação?
- Um...
- Pode falar amor. Um amor.
- Uma mistura azeotrópica de amizade com beijos, digamos.
- Então um amor te motivou a falar mal do amor?
- Ao que parece...
- Isso me parece paradoxal.
- De fato.
- O que te deixa com apenas uma possível dedução,
- Você disse que a dedução é sempre um perigo.
- O amor é um perigo, é uma incerteza, é um paradoxo. Vá em frente.
Então, Contristati, o arrependido, olhou para o horizonte, reparou em como dois pontos paralelos pareciam se encontrar no infinito e deduziu:
- Eu te amo, Paradoxo.
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